|
O vento passa a rir, torna a passar, Em gargalhadas ásperas de demente; E esta minh’alma trágica e doente Não sabe se há de rir, se há de chorar!
Vento de voz tristonha, voz plangente, Vento que ris de mim sempre a troçar, Vento que ris do mundo e do amor, A tua voz tortura toda a gente!...
Vale-te mais chorar, meu pobre amigo! Desabafa essa dor a sós comigo, E não rias assim!... O vento, chora!
Que eu bem conheço, amigo, esse fadário Do nosso peito ser como um Calvário, e a gente andar a rir p’la vida fora!!...
In Livro de Mágoas
|