|
Seja o que for que aconteça Nunca acontece de todo. Tira o lenço da cabeça E põe-o de um outro modo.
A mágoa nunca deu vinha, Nem deu vinho repisar... Se tenho vida, ela é minha, Não a tenho para a dar...
Mas se entesas bem o lenço Sobre a cabeça a sorrir, Já não sei bem o que penso, Começo só a sentir. Ai pontas do lenço vindas Até onde eu quero ver... Já te disse coisas lindas E vais-te embora a esquecer.
10
-
10
-
1930
In Poesia 1918-1930
, Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
|