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Era por Agosto, há muito anos. O cheiro da sombra das oliveiras subia ao ar. Vista de baixo aquela folhagem parecia um mar, um mar de vidro, quando o sol oblíquo lhe caía em cima. Eram dois cães raivosos, eram duas cobras enroscadas, eram dois rapazes rolando pelo chão; lutavam, mordiam-se, abraçavam-se. Deviam amar-se muito, para se baterem com tal ardor. Um sol verde lambia agora a terra. Eram muito novos, há muitos anos, no pino do verão, debaixo de uma oliveira, onde só as cigarras monotonamente consentiam.
In Os Lugares do Lume
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