(Olhos nos olho: adeus. Braços
a prolongarem outros braços: adeus!
ADEUS! ADEUS!)
Nus
bocas de adeus
lama de pele — as unhas a ferirem
os seios, os sexos, as nádegas
nas últimas abominações da despedida.
Ah! o verdadeiro amor
é o teu perfil a sumir-se no charco dos soluços
rastejo dorido
— sangue onde já não há bocas.
O verdadeiro amor
è este punhal de fel nos olhos com dentes,
esta raiz das flores da saliva,
desdobrar de insectos,
beijos sujos por dentro dos lírios,
conluios de silvedos.
O verdadeiro amor
— corpos a repetirem o mar do princípio,
corações de suor
bichos à procura do sol na morte.
Adeus! Unhas.
Adeus! Dentes.
Adeus! Pele esgarçada.
O verdadeiro amor
— penetração de lágrimas.