Cansado até dos Deuses que não são...
Ideais, sonhos... Como o sol é real
E na objectiva cousa universal
Não está o meu coração...
Eu ergo a mão,
Olho-a de mim, e o que ela é não sou eu.
Entre mim e o que sou há a escuridão.
Mas o que são a isto a terra e o céu?
Houvesse ao menos, visto que a verdade
É falsa, qualquer cousa verdadeira
De outra maneira
Que a impossível certeza ou realidade.
Houvesse ao menos, sob o sol do mundo,
Qualquer postiça realidade não
O eterno abismo sem fundo,
Crível talvez, mas tendo coração.
Mas não há nada, salvo tudo sem mim.
Crível por fora da razão, mas sem
Que a razão acordasse e visse bem;
Real com coração, inda que □
□ espaço deixado em branco pelo autor