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Toda beleza um sonho, inda que exista. Porque a beleza é sempre mais do que é. Toda beleza vista Não está de mim ao pé. Dista de mim o que em ti vejo, mora Onde sonho. Se existes, não o sei Senão porque é agora Aquilo que sonhei. A beleza é uma música que, ouvida Em sonhos, para a vida transbordou. Mas não é bem a vida: É a vida que sonhou.
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1934
In Poesia 1931-1935 e não datada
, Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2006
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