Ela era só o canto
Que chegava de além
Do muro alto, enquanto
Eu a ouvia, ninguém.
E, porque nunca fora
Ninguém salvo o que ouvi,
Meu coração a adora
E amo-a porque a não vi.
Quanto ainda em nós havia
Da infância que sonhava
Cantando ele dizia,
Dizendo ela cantava.
Depois, como se o rio
Na curva se perdesse,
Era o tédio que, esguio,
A tarântula tece.