|
Cada dia é tão só-um! Dura tão pouco e arde tanto! Quanto mais de mim me espanto Mais o tédio □
Trabalha tudo. Aqui perto Batem chapas, há motores... E eu olho as casas, e as cores São para mim, neste incerto Modo de olhá-las, quasi entes Isolado de onde estão... Tudo toma uma expressão De a si-próprias inerentes. Tudo existe com mais força Que é dado existir as cousas. Encosto-me a mim e ociosas Correm-me as horas. Que torça Minhas doloridas mãos... Nada creio cousa ou vida Só a arte e □
17
-
5
-
1913
In Poesia 1902-1917
, Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
|