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Na escrita, na voz ou na aparência Jamais nos revelamos. Nosso ser Nem palavra ou semblante o vão dizer. De nós a alma longe em permanência. Por mais que a vontade ao pensar dermos De, por artes, sermos revelados, Os corações se quedam encerrados E no que nos mostramos, escondemos. Abismo de alma a alma intransponível Não há pensar ou arte que o desfaça; Distantes de nós mesmos, impossível Nosso ser ao pensamento revelar. Sonhos de nós, a alma em clarões passa E um noutro se vê em seu sonhar.
In POESIA INGLESA II
, Assírio & Alvim , edição e tradução de Luisa Freire, 2000
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