Como entre os bosques marginais, secretos
Pelo pender cerrado de amplos ramos,
O pensamento perde os seus objectos
E longe já da vida em que ficamos
Ao calmo e vago luarar das águas
Que dormem escamas até onde estamos,
Entre uma nova mágoa esquece mágoas,
Assim no sonho margens novas usa
De onde veja, e abandona as duras fráguas
Onde se a vida talha e a obra é conclusa.
Mas de que serve a riba onde sem barco
Ou a vida ou a ciência é já confusa
Mais vale talvez o paul verde ou o charco
De que ninguém presume mais que nada
Cujo sentido é nulo e o □ parco.