|
Tem-me, senhora, como servidor, Tu que, de Vénus, reténs a beleza Num gesto natural, encantador, Com toda a eloquência da pureza.
Teu braço sensível, tão doce, incensou O amor da beleza em minh’alma, tal Que teria dado o melhor do que sou Por esse teu gesto meigo e natural.
Génio e beleza e o que vem perturbar Vida e Amor em sua luz mais bela, Tudo inconsciente, fora do pensar;
E até tu, senhora, podes no saber Como esse gesto foi p’ra mim a estrela Que guiou meu barco no mar do sofrer.
1907
In Poesia
, Assírio & Alvim , edição e tradução de Luisa Freire, 1999
|