Ferida chora a vida sobre o ulmeiro,
A noite chora orvalho na devesa,
No tegúrio misérrimo, a pobreza,
E sobre o rio, o pálido salgueiro.
Do mimo e prazer chora o amor primeiro,
0 orfãozinho, de medo c de tristeza,
D'ambições mal logradas, a grandeza.
De saudades, o amante e o aventureiro.
Só tu, qual se o vulcão d'íntimas fráguas,
Que mata à superfície a flor e o fruto.
Dos teus olhos secam as puras águas,
Andas serena, envolta no teu luto,
E seja imenso o horror das tuas mágoas,
Sempre o teu rosto há-de ficar enxuto!