Tanto se foram, Ninfa, costumando
meus olhos a chorar tua dureza,
que vão passando já por natureza
o que por acidente iam passando.
No que ao sono se deve estou velando,
e venho a velar só minha tristeza;
o choro não abranda esta aspereza,
e meus olhos estão sempre chorando.
Assi, de dor em dor, de mágoa em mágoa,
consumindo-se vão inutilmente,
e esta vida também vão consumindo.
Sobre o fogo de Amor, inútil água;
pois eu em choro estou continuamente
e do que vou chorando te vás rindo.