As fadas são pensamentos,
Mas pensamentos são gente…
No interstício dos momentos
Vivem a vida contente,
Com que, se nada sentimos
E nada sequer pensámos,
Nós os vimos, nós os vimos…
Depois dizemos que errámos.
De um lado, a rua é vazia
Do outro há campo, agro e misto.
Mas, enfim, não haveria
Qualquer coisa mais do que isto?
De onde vem esta saudade
Que não deixa o coração
E um pensamento invade
Sem que lhe (eu) saiba a razão?
Foi só a rua deserta
Ou só o campo sem fim,
Que me deu a paz incerta
Que chora dentro de mim?