Os reis que fora quando o sonho o tinha
Pesavam já em sua fronte baixa.
E a sensação de nunca haver rainha
Fechava-lhe a alma numa caixa.
Tivera, como todos quantos são,
Um reinado e um reino e um diadema,
Mas a verdade é um ovo que, no chão
Caindo, espalha clara e gema.
E assim o espio, no café do imbele
Sorvendo absorto a chávena em que o molho,
E não deixo de olhá-lo, não vá ele
Olhar-me a mim como eu o olho...