Divina companhia que nos prados
do claro Eurotas ou no Olimpo monte,
ou sobre as margens da Castália Fonte,
vossos estudos tendes mais sagrados;

pois por destino dos imóveis fados
quereis que em vosso número me conte
no eterno templo de Belorofonte
ponde em bronze estes versos entalhados:

«Soliso (por que em séculos futuros
se veja da beleza o que merece
quem de sábia doudice a mente inflama),

seus escritos, da sorte já seguros,
a estas aras em ũa mão oferece,
e a alma em outra à sua bela dama».

 

Luís Vaz de Camões
[DIVINA COMPANHIA QUE NOS PRADOS]
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