Como criança, ou como condenado,
Livre de culpa ou cheio de pecado,
Dorme teu ser cansado.
Quem dorme, porque é nada e é ninguém,
E sua essência de dormente tem
Direito a qualquer bem.
Ao menos à renúncia e ao perdão
Que, ambos, vestígios ignorados são
De uma maior visão.
Quem dorme é inocente e volta a ser
O que em criança foi sem perceber —
O que sonha sem ter…
Dorme. Inda que te odiasse, nesta hora
Nada em mim odiaria, que a pastora
As idas reses chora…
Sim: há um monte para além de aqui
Onde um rebanho pasce, e ali, ali,,
Esta vida sorri.