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A luz desmaia num fulgor d'aurora, Diz-nos adeus religiosamente... E eu, que não creio em nada, sou mais crente Do que em menina, um dia, o fui... outrora...
Não sei o que em mim ri, o que em mim chora Tenho bênçãos d'amor pra toda a gente! Como eu sou pequenina e tão dolente No amargo infinito desta hora!
Horas tristes que são o meu rosário... Ó minha cruz de tão pesado lenho! Meu áspero e intérmino Calvário!
E a esta hora tudo em mim revive: Saudades de saudades que não tenho... Sonhos que são os sonhos dos que eu tive...
In Livro de Soror Saudade
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