Acorda do sono, acorda
E ouve a minha canção;
Eu canto as coisas que choro
E as que um desejo são.
Este é o fim do meu fundo cantar
Este e o ódio de errar.
Acorda, acorda a ouvir
Minh'alma em ais derramada;
Como o medo, a humana dor
Em meu coração é negada,
Com pena a pulsar e fraterno sentir
Que o choro aos olhos faz vir.
Acorda, acorda que a noite
É pura e de todo sai
Das coisas comuns à vista.
Acorda, que a lua cai
Qual sonho por sobre o lago. Onde há luar
Algo forte me faz lembrar.
Acorda, acorda, que a lua
Quer trazer-me uma canção
Profunda, que guarde em si
O rasto do seu clarão.
Mas se essa canção profunda eu não canto
Ah, dorme, dorme entretanto!