|
Quando deixei de dormir Ainda havia sonhar Como um resto de existir. É como a onda do mar Que recua e deixa-o vir.
Quando deixei de ter sono Nem por isso despertei. Senti um grande abandono. Um grande sonho entreguei De que nunca fora dono.
E fiquei boiando incerto Entre quem era e quem sou, De mim nem longe nem perto. Desperto. Em que sonho estou? Em que vida estou? Desperto.
16
-
7
-
1934
In Poesia 1931-1935 e não datada
, Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2006
|